Dia #2

Hoje fui obrigada a acordar tarde depois de ontem.
Mas ainda sim acordei pensando muito em você.
Em como você estaria.
Mas também me lembrei de agradecer a Deus.
Primeiro, por tudo ter dado certo.
Sua cirurgia ter sido tranquila e as coisas estarem andando bem.
Mas meu dia não passava. Tinha que limpar a casa, mas me faltava concentração.
Não sabia por onde começar, e as coisas estavam espalhadas demais pra que eu fosse capaz de recolhe-las.
Foi daí que eu resolvi que não faria nada mesmo.
Montei uma playlist no notebook que me lembrasse você e me deitei.
Posso jurar de joelhos que nunca ouvi tanto Renato Russo nessa vida, amor.
Sua mãe me ligou, já que seu óculos tava comigo.
Foi a hora que o dia começou. Duas horas da tarde e eu correndo pela 9 de julho.
Na tentativa de enganar o porteiro da Policlin, disse que eu que tinha que levar pra você.
E é claro que não deu certo.
Quase fiquei chateada com ele, não fosse ele me olhar com pena rs
Tem horas na vida que a gente precisa mesmo é de pena.
Fui até o empório e lá eu comi um omelete, me distraí facilmente quando as pessoas c onversavam.
Aprendi a observar nesses dias.
Queria ver a felicidade nos casais na rua. procurava amor por onde eu passava. Já que me lembrava nós dois.
Não tem momento juntos que não sejam de amor.
E é o tempo todo, nem que seja numa troca de olhar.
Esperei até dar a hora de visita no vicentina aranha, e nem preciso dizer que chorei.
Quantas vezes a gente ia pra lá pra passar o tempo.
E lá estava eu sem você.
Uma hora antes da visita fui pra policlin, encostei minha cabeça (dolorida) na parede, e só acordei quando o Guido simulou um ronco na minha frente.
Veio o frio na barriga.
Tia Cidinha entrou comigo e com o seu pai.
Subimos, mas você tava sedado demais pra poder te decifrar inteiro.
Não deu pra ler a sua expressão. Não deu pra fazer a nossa telepatia do amor.
Aquela que um adivinha o outro está pensando, sabe? rs
Bom, voltei pra casa com a Tia Cidinha.
E amanhã nos vemos de novo.