sexta-feira, 18 de julho de 2014

Dia #7

De todas as coisas que nós temos em comuns (como se fossem muitas), uma delas é escrever pra aliviar alguma dor.
Mesmo que não seja grande coisa.
Hoje eu acordei bem disposta. Falei com a minha mãe pelo telefone e ela disse que eu tenho que ser forte, e aguentar as pontas. E eu falo isso pra você todos os dias na uti.
Minha mãe disse que tenho que dar força pra todo mundo. Que se eu desanimar, não vou ser boa o suficiente pra você, que é um herói depois de tanta tempestade.
Foi aí que eu resolvi me pré dispor mais. Parar de choradeira. Parar de melancolia. Chega.
Se você me ver nessa agonia vai acabar ficando também. Então  acabou.
A Carla veio na loja a tarde pra saber de você.
Olha, sempre acho que tenho os amigos mais ingratos do mundo. Mas já to mudando de ideia.
Tenho os melhores com certeza.
Carlinha me deu uma força daquelas.
O dia passou rápido e eu fui até a sua casa pra ver sua mãe.
Se existe a possibilidade de tirar alguma coisa boa disso tudo, a coisa boa seria a minha aproximação com a sua mãe. Tenho entendido mais ela. Me colocado no lugar.
E a palavra não é pena, e nem algo relacionado a dor.
A palavra certa é compreensão.
Tomei café com ela. E depois fui até o hospital com o seu pai.
Seu pai rs. Seu pai é a pessoa mais estranha desse mundo inteiro. Ele faz cara de forte, ele vai te ver e dá risada. Ele conversa e explica tudo que tá acontecendo pras pessoas.
Mas ele tá magrinho que só. Ta abatido.
E o tanto que ele te ama? Ele te chama de lindoco, uma belzinha rs
Hoje nosso time contava com o Dalcio, o Guido (só pra variar), Gábi, Renata, seu padrinho Marcelo, Tia Nazaré, Bruno, Detoni e Tia Claudina.
Subiu, eu (namorada tem prioridade), seu pai e Marcelo.
Passamos pelo corredor infinito.
Você tava sentado, sem a faixa na cabeça. Só com o curativo.
Seu pai se preocupou em olhar pra sua cabeça. Eu não parava de olhar pros seus olhos.
Pra sua expressão triste. Meu coração batia quase que lentamente.
Ele diminui os batimentos quando está perto de você.
Hoje você não parava de apertar minha mão.
Queria sequestrar você. Te levar pra algum lugar onde desse pra gente conversar, e você me contar o que tava acontecendo!
Você ainda tava com dificuldade pra falar. E isso ainda te irrita muito.
Hoje você se cobrou menos.
Você se poupou de falar, pra não me ver pedindo calma pra você.
Por mais enrolado que você fale, eu entendo perfeitamente o que passa pela sua cabeça.
Eu olhava nos seus olhos toda vez que queria saber no que você tava pensando, e eu sabia.
E você apertava a minha mão. Olhava nos meus olhos.
Ah, hoje você almoçou e jantou. E essa tem sido a minha alegria nesses dias.
Sou até capaz de voltar pra casa feliz quando você almoça e janta.
Outra coisinha. Te achei tão mais lindo nesses dias.
Soa paparicação, soa puxação da saco. Mas suas atitudes maduras sempre me atraíram.
E não só por isso. Deus te fez perfeito pros meus olhos.
Como você é lindo! E não adianta. Eu não vou cansar de dizer isso pra você.
Faltou ver seu sorriso inteiro.
Nada que o tempo não dê um jeito pra gente.
Voltei pra casa imaginando como vai ser boa nossa vida depois de casados.
Fui pedindo pra Deus pra gente acordar na nossa lua de mel.
Acreditei que ele fosse mesmo me atender.
Nós merecemos afinal.
Até amanhã príncipe. De preferência no Caribe.
Te amo.

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